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Título De Especialista, Precisa Mesmo?

Título de especialista, precisa mesmo?

Devemos lutar para que essa seja uma ideia levada e cobrada dos nossos órgãos representativos, CFM e AMB, e também dos representantes políticos eleitos por nós.

Dr. Eduardo Piccinini       15/05/2020

A formação de um médico não é fácil. Sabemos da dificuldade em entrar na faculdade, do funil ainda mais apertado do ingresso na residência médica e, ainda, a prova de obtenção do título de especialista. Toda essa preocupação não é à toa. A responsabilidade que esses profissionais carregam é gigante, envolve as saúdes física e psicológica do paciente e muitas vezes a própria vida.

A comunidade médica já vem alertando a sociedade em geral para os riscos de procedimentos médicos realizados por profissionais não médicos. Na verdade, o que mais preocupa não é nem o procedimento em si, mas a alta possibilidade de complicações. Aí quando a situação sai do controle, o médico que tem que resolver? Não acho justo. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica já se manifestou em relação a isso, condenando esses atos.


Sabemos que a faculdade nos forma bem, mas não nos forma totalmente, e, nesse contexto, a residência médica se mostra essencial. Não só como complemento específico, mas como uma forma de maior vivência, maior experiência e de como enfrentar as complicações que podem ocorrer.


Os Conselhos Regionais de Medicina não exigem que um médico seja especialista para trabalhar em qualquer ramo da Medicina, podendo exercê-la em sua plenitude nas mais diversas áreas, desde que se responsabilize por seus atos e, segundo a nova Resolução CFM n° 1.701/03, não as propague ou anuncie sem realmente estar nelas registrado como especialista. Seguem algumas reflexões desse tema. Não seria adequado a obrigatoriedade do título de especialista para exercer uma determinada área? Será que se o Conselho Federal de Medicina exigisse isso, não teríamos uma diminuição dos profissionais despreparados e oportunistas, melhoria do atendimento, mais segurança, menores índices de morbimortalidade e uma maior credibilidade junto a sociedade civil?


​Por todos os motivos expostos acima, eu acredito que a certificação de especialista é essencial, agrega valor ao profissional e assegura o melhor atendimento do paciente. Devemos lutar para que essa seja uma ideia levada e cobrada dos nossos órgãos representativos, CFM e AMB, e também dos representantes políticos eleitos por nós.

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