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Náuseas e Vômitos no Pós-Operatório

Náuseas e vômitos no pós-operatório

A administração de antieméticos com perfil de segurança, ação duradoura e eficácia deve ser uma meta.

Equipe Portal Anestesia        15/06/2018

Uma das principais causas de atraso nas altas de sala de recuperação pós-anestésica e hospitalar é a ocorrência de náuseas e vômitos. Esses eventos causam muito desconforto e mal-estar aos pacientes que acabaram de se submeter a procedimentos cirúrgicos ou diagnósticos.

Segundo alguns estudos, os pacientes que apresentaram náuseas e vômitos estavam dispostos a pagar quantias de dinheiro maiores para evitá-los. ​


Pensando no impacto que esses eventos têm na qualidade do atendimento ao paciente e no custo de hospitalização maior, a Society for Ambulatory Anesthesia (SAMBA) publicou um guideline sobre náuseas e vômitos em 2014. ​


Foram avaliados fatores de risco relacionados ao paciente, aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos, e aos medicamentos antieméticos indicados para profilaxia e tratamento. ​


Dentre os fatores de risco relacionados aos pacientes adultos, destacam-se o gênero feminino, o não tabagismo, a idade inferior a 50 anos, o histórico do paciente e a cinetose. ​


E entre os pacientes pediátricos, as cirurgias com duração maior que 30 minutos, a idade superior a 3 anos, a cirurgia de estrabismo e o histórico de NVPO do paciente ou dos seus parentes próximos. ​


Em relação à anestesia, o uso de agentes inalatórios, como óxido nitroso e opiáceos, foi o fator mais associado à geração de náuseas e vômitos no pós operatório. ​


Sabe-se que as cirurgias que utilizam o pneumoperitônio têm chances maiores de provocar náuseas e vômitos. ​


Um dos pilares dos protocolos de recuperação rápida dos pacientes submetidos a cirurgias minimamente invasivas, como o Enhanced Recovery After Surgery (ERAS), é a profilaxia de NVPO. ​


Nessas cirurgias, medidas como a anestesia intravenosa total com propofol e a administração profilática de dois ou mais antieméticos são indicadas para os pacientes sob risco. ​


Entre os antieméticos mais eficazes, destacam-se as butirofenonas, como o droperidol, e os antagonistas dos receptores de 5-hidroxitriptamina tipo 3, representados pela ondansetrona e, mais recentemente, pela palonosetrona.

A palonosetrona é um antiemético de última geração, eficaz e com ação de até 40 horas, usado na indução anestésica.


​ Além do efeito prolongado, ela oferece menores alterações eletrocardiográficas relacionadas ao prolongamento do intervalo QT, que a tornam o medicamento de escolha em comparação a ondansetrona e droperidol.


​ Portanto, para evitar a ocorrência dessas complicações desagradáveis em pacientes com número de fatores de riscos maior, a administração de antieméticos com perfil de segurança, ação duradoura e eficácia deve ser uma meta.

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