O rocurônio é o medicamento de escolha para induzir o bloqueio neuromuscular tanto nas situações eletivas quanto nas emergenciais.
Equipe Portal Anestesia 15/07/2018
A utilização dos bloqueadores neuromusculares para a intubação orotraqueal e o relaxamento cirúrgico é uma prática diária dos médicos anestesiologistas, que buscam, por esse motivo, um medicamento com flexibilidade, que não gere efeitos colaterais e possa ser utilizado na indução em sequência rápida.
Embora vários bloqueadores neuromusculares estejam disponíveis atualmente, somente alguns deles são utilizados na prática clínica.
Entre eles se destacam o suxametônio, o atracúrio, o cisatracúrio e o rocurônio.
O suxametônio, um dos relaxantes mais antigos e utilizados, ainda é uma opção para as emergências devido ao seu início de ação rápido. Apesar dessa vantagem, ele gera vários efeitos colaterais, como a hiperpotassemia e as mialgias, além de ser um gatilho para o desencadeamento da perigosa hipertermia maligna.
O atracúrio libera uma quantidade importante de histamina e, por isso, é cada vez menos utilizado.
O cisatracúrio apresenta a vantagem de ter eliminação órgão independente, porém, em função de seu início de ação longo, não pode ser usado em sequência rápida.
O rocurônio na dose de 1,0 mg/kg tem início de ação rápido e condições de intubação comparáveis às do suxametônio.
Além disso, ele não gera os efeitos colaterais associados ao suxametônio, não libera histamina e apresenta estabilidade cardiovascular.
O rocurônio tem ainda um antagonista específico, o sugamadex, que oferece uma reversão rápida, eficaz e segura de qualquer profundidade do bloqueio neuromuscular quando comparado aos anticolinesterásicos.
Desta forma, conclui-se que o rocurônio é o medicamento de escolha para induzir o bloqueio neuromuscular tanto nas situações eletivas quanto nas emergenciais e, por ser o único que tem um antagonista específico, permite que a reversão do bloqueio neuromuscular ocorra de forma eficaz e com perfil de segurança.
